Viúva de Zózinho Escreve Livro

Revista Manchete

DORITA MORAES BARROS RELATA TODA SUA EXPERIÊNCIA MÍSTICA

 

Ela pertencia a uma família de ateus, mas desde a adolescência a empresária Dorita Moraes Barros (55) se destacava dentro deste ambiente de ceticismo. Diferentemente de seus parentes, a jovem acreditava em uma força maior. “Sempre busquei alguma coisa. Mesmo mais tarde, em qualquer parte do mundo onde eu estivesse, procurava uma pessoa esotérica”, conta ela, que há seis meses sofre com a perda do marido, o colunista carioca Zózimo Barroso do Amaral. O sofrimento não a fez parar. Ao contrário, está transformando em trabalho toda a sua experiência mística. O resultado poderá ser visto no livro Relatos De Uma Alma. “Em maio do ano passado, fiz uma viagem ao Nepal e à Indonésia com o Zózimo. E, graças a Deus, escrevi e descrevi um pouco da nossa viagem. O que não poderia imaginar é que aquele seria o nosso último passeio nesta vida. Mais tarde, senti necessidade de passar para o papel este meu processo. Você não passa impunemente por essas vivências”.

O caminho espiritual, que já percorria, mais uma vez a ajudou nesta provação, trazendo-lhe serenidade diante da perda precoce do marido. Mesmo assim, Dorita garante que em nenhum instante sentiu revolta e dor pelo que o destino lhe reservou. Em momento algum quis vestir o papel de viúva. “Não sou chorosa. Eventualmente fico triste e sei que vou me sentir assim muitas vezes. Mas isso é sadio, é legítimo. Sinto a presença do Zózimo constantemente. Tenho que agradecer por ter tido um ser humano tão especial ao meu lado.”

Com diversos contatos no meio editorial, Dorita preferiu escrever o primeiro livro sem a preocupação de mostrá-lo às editoras. Está seguindo uma sábia sugestão de um amigo, o jornalista Elio Gaspari (54). “A conselho de Elio, não contatei nenhuma editora antes de estar com a obra pronta, o que acontecerá nas próximas semanas. Ele me disse: se eles detestarem, você vai ficar arrasada e desestimulada a continuar. Se eles adorarem você vai ficar ansiosa e preocupada com o prazo de entrega. Segui a orientação. É um livro leve, mas todas as histórias são verídicas”, explica Dorita que medita diariamente. “Rezo muito. Estou sempre buscando um estado de oração, aí eu entro na meditação”, ensina.

Morando no mesmo apartamento que dividia com o jornalista carioca, Dorita revela que não alterou a rotina. O trabalho em sua loja, Dorita Plantas, as caminhadas em volta da lagoa Rodrigo de Freitas, a convivência com os filhos, Gabriela (20) e Marcos Santiago (22), do seu casamento anterior com o falecido advogado Carlos Verdeja, e as visitas dos muitos amigos ajudaram-na bastante, assegura. “O caminho das pessoas tem sido muito bonito. Sempre preocupados de que eu não me sinta só, já que eu e o Zózimo levávamos realmente uma vida de casal, de muito companheirismo”, comenta Dorita, que apesar de uma certa melancolia,  mantém um semblante sereno.

Textos das Fotos:

Dorita folheia seus escritos, diante do computador, onde escreve seu livro. Ela diz que só os mais íntimos leram os primeiros capítulos.

“Não sou chorosa. Às vezes, sinto uma tristeza profunda, mas é sadio”.

“É um livro leve, em que todas as histórias são verídicas”.

Dorita trabalha no quarto que pertenceu ao casal, com uma foto de Zózimo ao fundo. Na meditação diária, ela busca paz e equilíbrio.